sábado, 27 de abril de 2013

Devaneios de uma sonhadora petulante

Depois que duas gatas morreram de maneira terrível, uma pior que a outra, a minha mãe resolveu que queria um novo gato. Pensei em todo o trabalho que um gato bebê daria. Fiquei travada. Primeiro pelo trauma, depois pelo trabalho de cuidar de um pequeno ser inocente que não sabe o que é certo e errado. A minha mãe quando se fixa num assunto é pior do que eu. Como eu não me decidia, ela resolveu pressionar. Comprou recipiente para areia (grande o suficiente para o gato morar nele e ainda fazer um “puxadinho”), comida e em seguida o arranhador. Dias depois meu irmão falou que iria comprar um gato persa. Mentira. Ele disse apenas porque é o capeta e quis  tentar ainda mais a dona encrenca. Então, a parte daí, o assunto “temos que ter um novo gato” dominou todas as conversas. Ela já queria me arrastar para o abrigo de animais. Então recentemente fui falar (eu e minha enorme boca) do tal gato persa (que tinha uma cara engraçada, era perfeito para apartamento, era fofo, etc) porque eu sempre quis ter um. Pronto, foi suficiente. Sem me avisar, ela se mandou pro shopping pra ver os gatos persas. E o preço? 700 reais um gato que dizem ser persa legitimo. Ela ficou empolgada com um gato que tinha 3 cores e que se parecia com a minha falecida gata. Mas a minha mãe não queria mais gata. Tinha que ser gato. Pensei que se ela não comprasse um filhote, persa ou não, era capaz de pegar mais um gato doente e enfiar dentro de casa e no final quem iria cuidar do animal seria eu (inclusive foi eu que levei a gata, que tinha vomitado sangue na sala de estar, para ser sacrificada) . E fomos no shopping porque eu tinha que dar uma boa olhada no tal gato. Ficou aquele vai e não vai, mas terminou que eu levei o dinheiro (metade) para comprar. E ao chegar lá descobrimos que não era gato e sim gata. Mas tinha que ter “um gato pra chamar de meu”. Eu vi aquele fofucho de três cores e mandei o cara o tirar do cubículo em que ficam presos. E assim ele se tornou “o nosso gato de estimação”. Dei o nome de “Lino”, mas ele não atende por este nome, pois não se acostumou. Pensei que persas eram calmos, na deles, dorminhocos. Que nada! O filhote (tem um pouco mais de dois meses) endiabrado e desobediente corre pela casa toda e dorme pouco. Apronta uma atrás de outra e quase que morre enforcado com o fio do celular. Tenho que ficar limpando e escovando. Ele parece adorar os fios da casa, principalmente os do computador. E é bastante aborrecido observar o meu gato ser acariciado por aquele gigolô paquistanês e ouvir os barulhos ridículos que o cretino faz quando vê ou toca o miau. Dá vontade de enfiar a mão na cara dele, com força, e dizer meia dúzia de desaforos. 

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